Centro Clínico Interdisciplinar Verstandig CRP 06/5814
Psicologia  A escolha do parceiro

Para falarmos sobre a escolha do parceiro e importante falarmos sobre a família. Esta constrói uma visão de mundo que e compartilhada entre seus membros, porem cada um tem seus sistemas de crenças particulares que organizam sua realidade e os orienta para futuras escolhas. A família e um sistema que possui um padrão de relacionamento, é interdependente, ou seja, cada membro influi e é influenciado pelos seus integrantes. Cada família tem suas características que evidenciam padrões de interações que influenciam os novos núcleos que irão se formar, não só a família de origem assim como gerações anteriores. Dentro desta dinâmica familiar aparecem características relacionais, tais como o nível de diferenciação entre seus membros, as triangulações formadas por eles, as regras, os rituais, as lealdades (visíveis ou invisíveis) e as formas de comunicação, que irão influenciar nas escolhas dos parceiros durante a vida.

Este funcionamento interno dos sistemas familiares e transmitido no decurso de várias gerações permitindo conectar valores, crenças e padrões familiares com os sistemas sociais mais amplos. O conceito de diferenciação do self situa o indivíduo no processo de maturação emocional e intelectual.

De acordo com a teoria de Bowen, 1989, a diferenciação do self, e constituída por dois níveis: o primeiro nível se caracteriza como o Básico, que são as primeiras experiencias vivida pela criança desde o seu nascimento e a interação com a família de origem, que permaneceu estável e pouco negociável nas relações com o meio social. O segundo nível é o funcional, que faz parte de si mesmo e que sofre a influência de múltiplos fatores. Então, quanto maior o grau de diferenciação do indivíduo dentro do sistema familiar, maior será a chance dele seguir seus ideais e objetivos. Em contrapartida, quanto menor o grau de diferenciação, mais fusionado o indivíduo estará e suas escolhas e decisões são influenciados pelos pensamentos e opiniões dos outros. Um processo de individuação bem elaborado permite ao cônjuge enxergar e considerar o parceiro, enriquecendo-se com as diferenças.

Cônjuges pouco diferenciados como pessoas, costumam estabelecer verdadeiras batalhas para moldar-se um ao outro a sua imagem e garantir que suas necessidades sejam atendidas. Qualquer oposição a esse esforço é sentida como uma ameaça a relação ou como uma manifestação pessoal de abandono. O parceiro é considerado uma pessoa má ou insensível por não proporcionar a gratificação desejada. Em consequência, o casal estabelece um padrão interativo de desqualificação mutua. Quando há evolução pessoal, individuação, os membros do casal são capazes de construir a autoconfiança necessária para identificar sua participação pessoal no conflito conjugal.

A escolha do parceiro, aparentemente envolve duas pessoas, ou podemos dizer que na realidade pressupõe uma estrutura de triangulação pertencente ao contexto atual ou passado.

A história da pessoa está envolvida juntamente com relações atuais ou na sua dimensão histórica, formando suas relações significativas, tanto em relação a sua família de origem, quanto em relação a rede social.

                            

 Construindo a conjugalidade: uma proposta de intervenção junto a jovens casais, 2015   

 Marcia Verstandig  - CRP. 06\29734


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